A Sabedoria de Deus é pacificadora, diz-nos o Apóstolo. E Santo Agostinho nos diz sobre a paz que «é ordem e harmonia nas coisas» (Civ. Dei 19.13.1). É por isso que Salomão queria sabedoria: para ter paz em seu reino. Ele mesmo pediu a Deus: «Dá-me, Senhor, a sabedoria que acompanha o teu trono enquanto criaste o mundo» (Sabedoria 9, 4). E enquanto o fizesse, teria paz em seu reino.
Deus queria formar um reino de paz já com Adão. Mas quando Adão permitiu que Satanás semeasse discórdia no jardim, parecia ter arruinado os planos de Deus. No entanto, uma vez que Deus é um rei sábio, sabe como tirar proveito das circunstâncias mais adversas para cumprir seus propósitos. Como do caos o Criador fez as coisas com ordem admirável, assim Ele também fez que a desordem do pecado resultasse na encarnação da Sabedoria em Jesus Cristo, Príncipe da Paz. Ele vem para restaurar definitivamente o reino de Jerusalém, um reino de paz. É por isso que, no seu nascimento, a mensagem central das notícias dos coros angélicos aos pastorinhos é a paz restaurada «para os homens que ama o Senhor» (Lucas 2, 14).
Mas como esta Sabedoria era escândalo para alguns e loucura para outros, Jesus foi morto como um causador de problemas contra a Pax Romana. Mas sua fraqueza é mais forte do que a força do homem, e sua loucura mais sábia do que a sabedoria humana; sua ressurreição mostrou seu poder, e a cruz, sua vitória sobre o pecado. Suas primeiras palavras depois da ressurreição são desejos de paz: «A paz esteja convosco» (Lucas 24, 36). Louvado seja a Sabedoria de Deus que estabeleceu um Reino de paz que não terá fim!