Na plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho. O rei esperado é entronizado na cidade santa, Jerusalém. Deus redimirá e libertará seu povo como uma vez o redimiu e o libertou da escravidão do Egito. Cumprirá as promessas da aliança feitas a Abraão. João Batista será o profeta que prepara a entrada do Senhor, que fará do seu povo um povo livre que o servirá em santidade e justiça. É disso que fala o cântico de Zacarias, cheio de citações e ressonâncias do Antigo Testamento referentes a espera do Messias. Zacarias entende naqueles momentos o que está acontecendo e por isso dá graças. O cântico de Maria, por outro lado, o Magnificat, é ao mesmo tempo o cântico da Mãe de Deus e o da Igreja, o cântico da Filha de Sião e do novo Povo de Deus, o cântico dos «pobres» cuja esperança foi plena com o cumprimento das promessas feitas aos nossos pais «em favor de Abraão e sua posteridade, para sempre» (Lucas 1, 55).
A oração de Maria revela-se no alvorecer da plenitude dos tempos. Na fé da sua humilde serva, o dom de Deus encontra o acolhimento que esperava desde o início dos tempos. Aquela que o Todo-Poderoso fez «cheio de graça» responde com a oferta de todo o seu ser: «Eis aqui a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra» (Lucas 1, 38). Fiat, esta é a oração cristã: ser tudo d’Ele, deixar que este rei que vem reine dentro e sobre nós, pois Ele é todo nosso.